sexta-feira, dezembro 29, 2006






Ano Luz. Um Ano Sempre Novo!

Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/TEXTO.ASP?idpi=935

A euforia, os sons e as luzes da era nova!
Não freiam o caminho da rotação!
O homem almeja a Paz no coração...
...Nalgum jardim surgirá uma rosa!

Na contagem há luz que renova;
É o fim da rota de translação!
... Chegará à hora da renovação;
Em cada ação o espírito se aflora!...

Aos sons dos clarins de uma nova era,
A cavalgada segue... Não espera...
Urge força para a batalha vencida,

Então, contemplaremos o céu azul;
Ao mágico ruído, - o som de Blues!
Seguiremos, rumo à eterna vida!...

quarta-feira, dezembro 27, 2006




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Ela Quer...Eu Quero...

Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=827

Um tic-tac rápido é bom pra nós;
Assim ficamos nus só no tic-tac...
Nós vamos ao vaivém bom e profundo,
Eu vou. Ele vai. Vamos. Tu bem queres...

O fundo é bom. Nus, somos um.
Vem pra mim. O mundo. Nós. Nus. Tudo.
Tic-Tac – Um vaivém frenético!
Eu e Tu. Tu e eu. Vamos, nus pro fim do mundo!

O vaivém sempre é bom e rápido
No tic-tac, fomos bem no fundo.
Vai e vem, louco! O mundo é só meu e teu.

Um tic-tac assim é puro aço.
Rápido!... Nós. Tu. Eu. Nus... Rápido!...
Explode mundo! Nus e despedaçados!...

Carlos,

Ribeirão Preto, 23 de setembro de 2003.
8h10 min.

O Sucateiro

Sucateiro
Machado de Carlos
http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=1684


Pela ruazinha, catando latinha
A "baranga" passou com seu carrão;
Explodiu em meu rosto um torrão!
— Como pode a dama do medalhão
Com veste de nobre atropelar o pobre?

Faz algum sentido arriscar a vida
Por miga de lixo, restos de reais?!
Por que não estás entre os normais,
Sugando do bar as "brahmas" vitais?
— Vai-te reles, não vês que não tem vestes?!

A lida maltrata, a luta é ingrata:
Pedalo...Ininterrupto...—Ah, magrela!
Corto ruas, avenidas e vielas,
Não me importo com a donzela! ...
Com passos de mel segue o carrossel!...

O rolex lento corre contra o vento,
O rosto pintado a cor-de-rosa
Geme diante de espelho: — E agora?
Vive das lembranças de outrora
O amigo? — Agora é o teu jazigo!

Carlos,

Ribeirão Preto, 24 de setembro de 2005. 16h30 min.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

sábado, dezembro 23, 2006

O Milagre da Rosa


Machado de Carlos






Eu estava só neste mundo turvo
Somente a gaivota do cais
levemente tocava os meus ais...
E chegaste de azul, - cetim de luxo!

Aticei teu alvéolo, e o sussurro
era a amostra dum amor de ás!
No ímpeto senti a deusa voraz:
- Eternizou-se uma forma de uivo!...

Sim, neste jardim, Rainha das Rosas,
Ando sobre as águas maviosas;
- Na passagem já estava escrito!...

Este presente é a alegria de ser
Os dias fenecerão no teu prazer;
- Tu és sonho?! - Tu és o Infinito?!


Ribeirão Preto, 23 de dezembro de 2006.
4h45 min.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Natal Ilícito

Machado de Carlos
http://ilove.terra.com.br/autores/TEXTO.ASP?idpi=461

No Natal esqueço os minutos tortos;

Em silêncio curto o teu nobre canto;
Aos poucos dispo teu doirado manto
Entorpeço-me, alegre, em teu corpo.

O coração bate, compassado, absorto,
Aos sons de Natal canto no teu encanto;
— Hosanas!... – Perco-me no acalanto!
Tua silhueta de luz me deixa morto...

... Teu corpo nu... visto na neblina!...
Sorvo da hora, minha menina; ...
Serás sempre o meu Natal de vida!

Quero-te para sempre, eterna viagem;
Vivo nesta incrível paisagem!...
... Não acordarei desta paz infinita!...

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Céu e Mar

Machado de Carlos
http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=1935



... E ela veio! Do Sublime azul do Céu!...
Estático, e, ao som do seu cantar
pude ver sua imagem no meu mar,
tresloucado, nas marés... Ao léu...

Seu semblante; – um pote de raro mel!...
Inexplicavelmente a delirar
sorri... E naveguei no verbo amar!...
Silente - beijei seus lábios de mel!...

Enfim, chegou o fim da ventania!
Renasci noutro corpo... Novo dia!...
Ela abriu portas... Ela é a mensagem!...

Distante posso sentir seu perfume
que na escuridão serve de lume;
renovado, respiro nova aragem!...

Carlos,

Ribeirão Preto, 21 de dezembro de 2006.
2h14 min.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Clímax

Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/TEXTO.ASP?idpi=152

Os cálices tilintam com teor de málaga;
Sinto o aroma, soma ansiosa... fim do dia!
Subtraio teus trajes, exímia malícia!...
Com faro requintado... minha alegria!

Acaricio com nobreza, lindas nádegas!
Contemplo-te em decúbito!... Quem diria?!
Proferes verbos, deleites pela eficácia;
Desfruto de teu fervilhar úmido, com maestria.

Toco tuas pétalas. Chegas a delirar!...
Na viagem de ida e volta, antro a bailar.
Com a língua em fogo, dou-te a vitória!

Curto tua essência aromática com arte;
Pelo meu requinte, clamas pelo baluarte;
Atendo tua volúpia, no momento da glória!...

Bico de Pena 1

Bico de Pena

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Meu Cisne



Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/TEXTO.ASP?idpi=742

O´ Cisne branco de voz tão pura!
Nesta tristeza, chegaste de mansinho;
Embebi na tua paz, no teu carinho;
Esqueci o pretérito de amargura!


Ouço tua cantiga... É só ternura
a alumiar o meu denso caminho!
Transformaste em flor o meu espinho;
Não sofro mais na noite escura...


Ah! Cisne branco, eu queria apenas
acariciar a tua face pequena,
que a minha existência abençoa.


Ah! Cisne branco! Teu perfume exprime
Este momento grande e sublime!
...nas tuas asas... meu espírito voa!...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Ser Poeta
















Florbela Espanca

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Voltei, esqueci...

Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=1081

O túnel é a antítese da história
Troquei o tempo, hirto, sem marcas...
Tomei a taça de anisete, - teu tudo.
Toquei a antologia; um antúrio, uma estrela...

Por um triz a tília tremeu, triste!
À tarde, ao horizonte, chorei o mito,
Lá estava o vestido hirto e esterno...
Beijei tua marca, teu tudo, a história...

Neste túnel está o nosso pretérito
Tenho a cicatriz e tua veste antológica,
mas o destino nos tolheu por um triz.

Tarde!... Fim do túnel. No horizonte
tomei a taça; letras da antologia!
Tens tudo, tu és o mito do tempo!...

sábado, dezembro 09, 2006

Amo-te!


Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/TEXTO.ASP?idpi=955

Ah, nosso amor!... ninguém poderá conter
o que nos enche o coração, cegamente...
- Amo-te! Amo-te! Como é bom dizer:
(mais que tudo) - Amo-te loucamente!...

Teu Corpo

Machado de Carlos
http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=967


Meus plexos ascendem com tuas carícias...
Sem cessar mordo as pétalas da flor;
No vai-e-vem de um mágico beija-flor,
Lambuzo-me na tua rara delícia.

Trato teu corpo com suave perícia.
Teu grande sonho, agora, é multicor!...
A frase de quero mais sei de cor!...
Os movimentos são cegas malícias!

Nesta hora repito milhões de versos...
Esqueço o mundo do tal intelecto;
Só ouço a tua canção!... Um som de lira!...

Os detalhes... o teu corpo, - meu tema!...
No entanto perco o rumo do poema
Meu corpo no teu corpo só delira!...

terça-feira, dezembro 05, 2006

A Vida é Só Um Sonho!

ELA ESTAVA DE VERMELHO


Abriu-se a cortina! O coração de Osíris bateu fortemente! Lá estava ela; Ísis! Toda vestida de vermelho!... Ísis - a deusa - dançava só para ele. Um espectador exclusivo. A música escolhida a dedo por ela, unia o ritmo e o requebrado sensual. À medida que ela dançava despia-se lentamente, enlouquecendo Osíris com um estrip-tease estonteante. Ele, ébrio, tentava em vão tocá-la. Não era a hora. Ela se defendia com suas garras meio fera e meio deusa.

Quando ela tirou a última peça, exibia somente os sapatos vermelhos; de saltos altos que enriqueciam seus pés. Osíris já estava no auge da excitação.

Sem demora, seguindo a balada musical, ela se dirigiu ao seu dono como uma pantera, abanando sua anca umedecida pelo néctar do cio.

Como um animal esguio, caminhou com suas quatro patas, deliciou-se, cheirou as vestes íntimas de Osíris, e com os dentes afiados sugou seu sexo ardente.

A fera faminta engolia desesperadamente o objeto de ouro de Osíris levando-o às nuvens, numa viagem extática.

De repente escureceu a mente de Osíris, ele não conseguiu segurar a explosão; o fruto oriundo do seu prazer se espargiu sobre o rosto lindo de Ísis. E ela faminta, sugou o fruto daquele amor.

... E o amor dos semideuses continuou noite adentro...


Carlos,

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Comentário




Não sou um grande leitor. Conheço muito pouco de literatura. Mesmo assim aventuro-me a compor versos. Começo ler muitos livros e paro nos intróitos. Os livros que mais gostei foram “O Meu Pé de Laranja Lima” de José Mauro de Vasconcelos; li o livro e vi o filme, um filme bem antigo que retrata de maneira mais íntegra do José Mauro de Vasconcelos, e, o outro livro que mais gostei e que cheguei ao fim foi Dom Casmurro, de Machado de Assis. Fiquei curioso e estático com o triângulo amoroso entre Bentinho, Escobar e Capitulina. Dos livros psicografados viajei muito em Há Dois mil Anos, Cinqüenta Anos Depois, Paulo e Estevão e Ave Cristo de Emmanuel. Apesar de tentar várias vezes, nunca consegui ler Memórias de Um Suicida, Renúncia e Os Irmãos Karamazov.

Chegada Feliz

Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=816

Todos os domingos eram rosas...
Ela chega com o amor de sexta;
Ela vem, alegre, com o beijo rosa!
O fim-de-semana será um balé!...

Ela chegou! Já estou com saudades!...
Sete dias é soma de sete beijos;
... e todos vão ao balé do domingo...
...! Sete dias foram sete desertos!...

Até sexta será novo deserto;
O abraço é forte e dolorido.
No fim-de-semana ela diz adeus!

Será nó o abraço da saudade;
Chorarei no fim do dia!... Forte adeus!
Nova semana! – outras sete dores!...

domingo, dezembro 03, 2006

MENSAGEM



Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=1694

Numa tarde de setembro,
Inda lembro bem o dia,
Sem versos, sem harmonia;
Vi teu semblante feliz!
Meus tristes versos mudaram;
- Vi o quanto teu sorriso traz!...
- Teu beijo é o sabor de anis!...


Tua alma, hoje, padece
A dor da frágil matéria;
Diz o médico: - É sério,
Precisas de hospital!
É mister cuidar do corpo!
Tudo chegará ao seu tento
Envio mensagem ao vento:
— Mil vozes dum madrigal!...


... E o pesadelo passou;
Nem marcas, nem feridas...
Tudo é normal em tua vida;
— Podes seguir a missão!
Fico deveras contente...
Estou melhor com meus ais...
Os dias já são normais;
— Já tenho o teu coração!

SONETO DA LUZ



Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/TEXTO.ASP?idpi=1875


Os olhos não viram a nossa cruz!...
As horas de alegria e luz profana
eram as cores da nossa ciranda
e o grito de prazer... uivos!... - eia sus!...

Distante inda vejo a tua luz!...
viajo nas belas tranças de cigana
que um dia chegou como fera... - e gana! -
... começou o trajeto de Jesus!

Vivi dos sonhos raros de astronauta
esqueci a represa da noite alta,
e, escrevi versos em forma de arte!...

Hoje a estrela não sai da mente!...
Inda guardo na caixa a peça quente
com o cheiro; uma forma pra amar-te!...

sábado, dezembro 02, 2006

18 Horas de Amor!...

Enfim chegara o dia. Era um dia do mês de outubro. Dia 10. Orfeu lembrou-se de um compromisso distante. Reiteradas vezes ele adiara o tal compromisso. Usava pretextos mil para fugir dele mesmo. Em vez de viajar para aquele compromisso, iria encontrá-la. Estava tudo resolvido. Eurídice concordara com a idéia.

O primeiro encontro marcado por Eurídice, fora ocasionado pelo aniversário de seu filho; naquela ocasião Orfeu ficara assustado, pois conhecia Eurídice apenas por efígies cordialmente enviadas pelos mensageiros, e, certas vezes ouvira sua voz transportada pelo vento. Enfim, mal a conhecia! Entretanto outros encontros foram frustrados.

Algumas vezes Eurídice sonhava adentrar, com Orfeu, a mata selvagem, ou penetrar aos canaviais como loucos deles mesmos. O sonho? - um amor ilimitado! Um amor praticado ao ar livre; como duas feras enfeitiçadas pela natureza. Mas não houve tal encontro por forças desconhecidas. Entretanto, mais uma vez foram vítimas dos atropelos hodiernos. Devem ser aquelas coisas proibidas por Zeus e que os simples mortais tentam transpô-las.

Mas este, - o primeiro encontro - fora estudado minuciosamente, e, reciprocamente. Passaram a semana inteira contando dias, horas, minutos e segundos...

Orfeu e Eurídice planejaram um amor voluptuoso como o amor dos animais! Entregar-se-iam, sem pudores e sem limites. Orfeu daria a Eurídice um prazer jamais sentido por uma mulher.

Enfim, não houve falhas; numa sessão de loucuras e devaneios, entregaram-se reciprocamente. Transformaram-se num único corpo, numa única alma. Viveram emoções incríveis que oscilavam entre a Terra e o Céu!...

Zeus, em sua soberana sabedoria entendeu aquela união efêmera e proibida...


Carlos,

Cascata de Luz


Cascata de Luz

Machado de Carlos

http://ilove.terra.com.br/autores/TEXTO.ASP?idpi=920

O vento mistura os cabelos soltos...
Bebo a taça com uva e Baccardi;
Beijo a sua marca, e, você só sorri!
Estou vivendo o momento, absorto...

Muito sonhara apenas com um pouco...
No seu muito, somente estremeci!...
Desde o primeiro dia... Só enlouqueci!
Só sei que você é o meu conforto.

Você está na poesia e na prosa,
Viajo no seu corpo cor-de-rosa!...
Tomo do cálice do amor com rum.

O seu prazer final é o meu brinde!
Trato o seu coração com requinte!
Sem ele, meu amor: - vou a lugar algum!...


Carlos,

sexta-feira, dezembro 01, 2006

CANÇÃO PROIBIDA

Machado de Carlos

Canta o pássaro todo livre e solto...
alimenta-se do amor de bem-te-vi;
preso, mas no verão ainda sorri;
nalgum inverno, foge, voa absorto!...

O vento sopra o lago pro sul,
poucas são as asas... No vôo estremeci!
...longe! À distância, enlouqueci!
ao norte, as penas são o meu conforto!...

Conto o inverno rude na livre prosa;
Não há flores, mas ainda tenho a rosa;
meu alimento, não obstante, é o rum.

No sul, canto no lago, o meu brinde!...
A ave voa para o amor...Um requinte!
...! Ah!... Nem pássaro!... Nem verão algum!...

Carlos,